Pesquisar este blog

domingo, 11 de dezembro de 2011

ES: Mulheres são maioria entre desempregados e pobres. Entre as mulheres com filhos, índice de desocupação é de 65% de acordo com dados do mapeamento da vulnerabilidade feminina

  
Chefe da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres,
 ministra Iriny Lopes, na audiência pública sobre a
Feminilização da Pobreza, na Assembleia Legislativa.
De cada três famílias do Espírito Santo, uma é chefiada por uma mulher que, provavelmente, não estudou e tem baixas condições de renda. É o que apontam dados do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) no mapemento da vulnerabilidade feminina no Estado. Existem dados ainda mais alarmantes: entre os capixabas que hoje estão desempregados, 52% são mulheres jovens. E entre as que têm filhos, o índice de desocupação salta para a casa dos 65%.

            A análise foi apresentada na manhã desta sexta-feira (01) durante a primeira Audiência Pública sobre a Feminilização da Pobreza, na Assembleia Legislativa. Do total de mulheres que hoje vivem no Estado, 16% são pobres ou miseráveis. Uma das palestrantes do encontro que debateu o tema foi a chefe da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, a ministra Iriny Lopes. Ela destacou que a situação no Estado é, de fato, preocupante.

            "Ter 16% da população capixaba formada por mulheres pobres é algo significativo e que merece políticas públicas concentradas na capacitação dessas mulheres, na abertura de novos postos de trabalho e diálogo com empresários para absorverem a mão de obra feminina", disse Iriny.

            Na opinião da ministra, o Estado pode aproveitar melhor a vocação que tem para a indústria da construção civil, revertendo as vagas em aberto em favor das mulheres. Mas é preciso investir em cursos específicos. "Eu acho importante que o Estado possa fazer um trabalho de capacitação para mulheres, principalmente para a construção civil, que é uma área de expansão na Grande Vitória. Este é um espaço de trabalho excelente para as mulheres. É fundamental também, por exemplo, ter um debate com a Petrobras, em nível local, para incluir as mulheres na cadeia produtiva de petróleo e gás", sugeriu a ministra das Mulheres.

IJSN defende intervenção do Estado
            Durante a audiência, a diretora-presidente do IJSN, Ana Paula Vescovi, também apresentou os dados referentes à violência contra mulheres. No ano de 2010, por exemplo, foram feitos 8.515 boletins de ocorrência denunciando agressões físicas - principalmente domésticas - contra elas. E no cenário em que se verifica o crescimento da curva de pobreza e vulnerabilidade, Ana Paula insistiu na temática da qualificação para superar, também, este problema.

            "É muito importante que o Estado entre um pouco nesse caráter privado das famílias, dando suporte e apoio às famílias que não têm condições de autonomia. É preciso ter boas condições de cuidado com saúde, educação, uma boa política pública de adaptação da mulher ao mercado de trabalho, qualificação profissional, cuidado com os filhos, tendo creches, por exemplo", disse.

            Em todo o Brasil, existem hoje cerca de 16,2 milhões de pessoas em situação de pobreza e miséria. A Secretaria das Mulheres, no entanto, não possui dados suficientes para quantificar qual a porcentagem de mulheres no grupo. Mesmo assim, já estão sendo pensadas algumas mudanças em programas de inclusão do governo Federal, como o Bolsa-Família e a revisão do Pacto Contra a Violência Feminina.

            O governo prevê, ainda, a criação de uma linha de microcrédito exclusiva e específica para mulheres, por meio dos bancos públicos, e novos programas de capacitação, que estão sendo desenhados pela Caixa Econômica Federal (CEF) e o BNDES. Os detalhes, entretanto, ainda não foram definidos pela União.

EDUARDO FACHETTI - GAZETA ONLINE

Disponível em: http://itabapoana.blogspot.com/2011/07/es-mulheres-sao-maioria-entre.html, acesso em 02 de dezembro de 2011.


Nenhum comentário:

Postar um comentário