Pesquisar este blog

quarta-feira, 30 de maio de 2012

II Seminário GPP-GeR – Gênero, Raça e Cultura




Data: 23/05/2012
Local: Teatro Municipal de Alegre-ES
Realização: Laboratório de Estudos de Gênero, Poder e Violência – LEG/UFES
Campus de Goiabeiras, Vitória-ES

RELATÓRIO

            Reuniram-se neste dia alunos, tutores, coordenadores e secretários ligados ao curso de Gestão de Políticas Públicas de Gênero e Raça, para o Seminário que debateu a diferença social que envolve a cultura brasileira e que deixa o estado do Espírito Santo no ranqueamento de maior número de mortes entre jovens negros e violência contra a mulher.
            A abertura do Seminário se deu com a coordenadora do Polo UAB de Alegre, profª. Maria Aparecida da Souza Coelho, que nos recebeu com alegria, passando a palavra ao prof. Antonio Lopes de Souza Neto, coordenador da rede de educação para Diversidade no Espírito Santo, que falou sobre o alto índice de homofobia no Espírito Santo, ressaltando os resultados baseados nas pesquisas realizadas nas escolas de Vitória, no qual considera esses números fora da realidade. Aproveitando a oportunidade, mencionou a necessidade de se ampliar as Secretarias de Direitos Humanos, pois atualmente no estado, só existe em Vitória e Linhares, e que as Delegacias de Direito a mulher existe em apenas cinco municípios.
            Na sequência, a Profª. Dra. Maria Beatriz Nader, coordenadora do GPP-GeR e do Laboratório de Estudos de Gênero – UFES mostrou os últimos casos de violência contra a mulher nos jornais de Vitória, e disse que o índice é alarmante, e que esse curso veio para formar especialistas para mudar a realidade do Espírito Santo. Falou de algumas mulheres que compõem ou já estiveram em cargos políticos e quais suas características com relação à carreira e a família.
            A próxima fala foi do prof. Ms. João José Barbosa Sana, que falou dos programas que estão sendo implantados em Vitória, no que diz respeito a educação à diversidade e também sobre GLT- gays, lésbicas e transexuais, e seus familiares, pois saiu no jornal uma reportagem de uma mãe que bateu em sua filha em um shopping em Vitória porque soube que a filha era lésbica, e que isso aconteceu pela falta de conhecimento e educação de muitas pessoas e a necessidade de levar esse conhecimento aos familiares de pessoas com orientações sexuais diferenciada das demais.
            Após o almoço, o prof. Dr. Julio César Bentivoglio, Vice-Diretor do CCHN/UFES, contou um pouco sobre a colonização alemã na África nas primeiras décadas do séc. XX e as consequências dessa colonização para os negros
            A profª. Ana Carla de Oliveira Pinheiro, tutora do GPP-GeR/UAB/UFES, falou das conquistas das mulheres, com a primeira onda feminista – direito ao voto, e segunda onda feminista, porém ainda temos salários mais baixos que os dos homens. Ressaltou que é a mãe que carrega a maior carga de responsabilidade sobre seus filhos, pois quando vamos aos hospitais, aos presídios, são as mães que engrossam as filas de visitas. E que após o massacre em 2006 (policiais e milícias), as mães lançaram o livro “Do luto à luta”. E que a positividade em ser mulher negra, mesmo com grande desigualdade, está nas redes de solidariedade, gerada pelo protagonismo feminino, que serve de alicerce para muitas mulheres moradoras de favelas, que encontram apoio com a vizinha, com a amiga, que se coloca a disposição para troca de favores mútuos, cenário muitas vezes desconhecido dos ricos.
            Finalizando as falas, a profª. Elda Alvarenga, também coordenadora de Tutoria do GDE/UAB/UFES, mostrou um vídeo “Vida Maria”, no qual apresenta o cotidiano de várias mulheres sem perspectiva, sem identidade. E a hierarquia de gênero tenta mostrar que é ótimo sermos mulheres, por mostrar que damos conta de fazermos várias coisas ao mesmo tempo, de termos o coração maior que os dos homens, etc. Disse também que, atrás da “Rainha do lar”, existe a “Escrava do lar”, aquela que muitas vezes além de trabalhar fora, precisa dar conta de recado em casa, pois o marido não se sente na obrigação nem de ajudar e muito menos “deixar pronto”. E mais, atrás do “coração de mãe”, existe o “cansaço de mãe”, e se fosse compartilhado com o pai, esse esforço seria bem menor.
            Deixou a mensagem, que se homens e mulheres exercem a profissão que quisessem e gostassem, sem preconceito, o mundo seria melhor.

Equipe 03

Nenhum comentário:

Postar um comentário