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sexta-feira, 22 de julho de 2011

ENTREVISTA COM A PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA MULHER DO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DO ITABAPOANA – RJ

1- QUANDO FOI CRIADO O CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA MULHER DE BOM JESUS DO ITABAPOANA?
O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) foi criado na década de 1990.

2-QUAL A SEDE, OS DIAS E HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO?
O CMDM não tem sede própria, funciona na sede da Secretaria Municipal de Assistência Social, na Rua João Gomes de Figueiredo, n° 158, de segunda-feira a sexta-feira, no horário de 8h às 17 h, com reuniões mensais ou às vezes com reuniões em caráter extraordinário.

3-COMO FAZ NO CASO DE ALGUMA DENÚNCIA?
As mulheres que, infelizmente, ainda sofrem com a violência não procuram o CMDM. Na maioria das vezes, procuram a Delegacia Civil. E o próprio CMDM, não tem estrutura para realizar tal procedimento, pois não possui fundo próprio.

4-QUAIS SÃO AS MAIORES CONQUISTAS E AS MAIORES DIFICULDADES DO CMDM?
Em primeiro lugar posso considerar a criação do CMDM como uma conquista. Mas só isso não basta, porque infelizmente ainda falta muita coisa para de fato considerarmos como conquistas do CMDM.
Já as dificuldades são muitas. Falta de sensibilização do governo municipal em fomentar as ações voltadas para as mulheres, verba própria, participação das mulheres no Conselho e etc.

5-QUAIS AS SUAS CONTRIBUIÇÕES COMO PRESIDENTE DO CONSELHO DA MULHER PARA OS GESTORES MUNICIPAIS?
Quando fui presidente do CMDM, nós realizamos conferências, seminários, fizemos PPA (Plano Plurianual), reuniões com os delegados e etc.

6-VOCÊ PODERIA CITAR ALGUM CASO ATENDIDO PELO CMDM QUE TEM A VER COM O TEMA “Combate à violência de gênero e perspectivas de segurança da mulher” - SUBTEMA “Promoção de segurança e combate à violência racial”?
Sim. Temos vários. Atendemos uma gestante quase perto de ganhar o bebê. Primeiro recebemos denúncias dos vizinhos que ela estava apanhando do seu marido. Quando fomos realizar a diligência ela estava sozinha em casa, e mais ou menos confirmou o que estava acontecendo, sendo que ao mesmo tempo, tentando justificar o ato do marido, dizendo que as vezes ele ficava nervoso, mas que já estava indo morar com a sua mãe. E nos indagou quem fez a denúncia (falamos que era sigilo), de repente o marido chegou em casa e ela imediatamente mudou toda a conversa quando falamos o motivo da nossa visita. Como era uma pessoa conhecida, ele nos tratou bem e disse que os vizinhos eram fofoqueiros.
Na ausência do marido a vítima nos relatou que estava quase perdendo o emprego por causa de o esposo ir até a loja onde ela trabalhava para brigar. O que foi confirmado pelos patrões.
Outro fato que merece destaque:
Recebemos também uma denúncia por parte do sogro que sua filha estava sendo espancada pelo marido - (família de classe média) o sogro me pediu sigilo porque a filha estava com muito medo de ser exposta.
Fui até o apartamento localizado no centro da cidade, e por sorte o marido não estava em casa, então, ela confirmou o fato.
Depois fomos até a empresa de seu esposo e marquei uma reunião com o mesmo no Conselho, ele falou com muita educação que não iria, mas que eu poderia ir até a sua casa.
Assim mesmo, foi marcada a reunião na Instituição, e o Sr. Y não compareceu.
Mas o fato é que nunca mais ela voltou a sofrer agressões, pois seu esposo ficou com medo de ser aplicada a Lei Maria da Penha. Quando eu o encontrei ele falou que poderíamos ficar “tranquilos” que nada mais iria acontecer. E o sogro também nos confirmou. Ficando orientado que caso o fato voltasse a acontecer, era só nos comunicar.

ENTREVISTA REALIZADA, NO DIA 23 DE JULHO DE 2011, COM A PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA MULHER – Srª. JUSSARA MIRANDA


GRUPO 03 – Para o Blog: Se todos fossem iguais.
Tema: Combate à violência de gênero e perspectivas de segurança da mulher.
Subtema 1: Promoção de segurança e combate à violência racial.

2 comentários:

  1. Interessante conhecer e saber mais sobre a história dessa lei(Mª da Penha)!Felizmente em nosso município o índice dessa violência absurda é baixo. Sabemos que,nas grandes cidades esse fato acontece diariamente; o que nos preocupa, ainda mais, é saber que as próprias companheiras se compadecem do agressor.Isso dificulta o trabalho e a erradicação dessa violência.
    Izaura Moraes(Tutora Presencial - GPPGR)

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  2. Parabéns grupo 03 pelo trabalho!!
    Izaura Moraes.

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